Atenção à pessoa com TEA (Transtorno do Espectro Autista) foi o tema escolhido para iniciar, nesta sexta-feira (20), ciclo de formação de servidores do Procon/MS (Secretaria Executiva de Orientação e Defesa do Consumidor).
O evento coincide com a sanção, nessa semana, da Lei Estadual nº 6.311, que veda condutas discriminatórias aos consumidores com TEA, deficiência física, mental, intelectual ou sensorial.
Pais e avós que trabalham na instituição vinculada à Sead (Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos) compartilharam suas experiências do diagnóstico ao combate ao bullying nos ambientes familiar, escolar e social.
Eliete Joerke, mãe de uma jovem de 22 anos, pontuou que “a crítica vem sempre para os pais, mas a sociedade é carente de compreender como conviver com pessoas com TEA”. A filha que teve diagnósticos de que não chegaria muito longe nos estudos, hoje cursa Biomedicina.
Ana Priscilla e Leandro Barreto compartilharam desafios e aprendizados com o filho de 17 anos, em fase de qualificação profissional para ingresso no mercado de trabalho, enquanto Olíria Garcia e Solange Vito relembraram que a atenção, especialmente na área da saúde, precisa ser estendida a toda a família.
Qualificando o setor público
Palestrante convidado, o policial rodoviário federal Alexandre Figueiredo de Araujo relatou sua própria experiência com o TEA e de seu filho de oito anos. Coordenador do projeto PRF Amiga dos Autistas, ele explica que “a visibilidade do problema do próximo acaba desenvolvendo um novo olhar, até na lógica do serviço público que precisa compreender a sociedade que serve”.
Alexandre pontuou que o espectro do autismo não é linear, mas determina o nível de suporte necessário a pessoa. Como dicas elencou a necessidade de orientações simples e diretas, com humanização e sensibilidade no tratamento a reações a luzes e sons.
Em casos de emergência, há que se compreender que pessoas com autismo podem ter reações como gritar, não saber falar, sair correndo, não aceitar ajuda ou mesmo ter noção do perigo. Daí a importância de se buscar conhecimento, adotar uma escuta ativa e saber como acolher.
Para o secretário-executivo do Procon/MS, Angelo Motti, o ciclo de formação promovido pela Escola do Consumidor permite ir muito além da qualificação das equipes da instituição.
“Temos investido em espaços de diálogo com servidores e especialistas, objetivando ofertar um atendimento mais inclusivo e eficaz a todas as pessoas, assegurando que os seus direitos sejam respeitados de forma ampla”, diz Motti.
Também estiveram presentes no evento servidores da SEAD e SEDH (Secretaria Executiva de Direitos Humanos).
Kleber Clajus, Comunicação Procon/MS
Fotos: Kleber Clajus